O consumo social de álcool faz parte da vida das pessoas. Um bom vinho “harmoniza” um bom jantar; uma cerveja com os amigos, junto com o futebol na TV, é imperdível; um chope no fim de um dia de trabalho relaxa o estresse; um réveillon sem champanhe é impensável. A bebida, portanto, acompanha momentos especiais na vida de todos.
Os problemas começam a acontecer quando os limites do tolerável são ultrapassados.
Não nos devemos esquecer que o álcool é uma droga. Como tal, pode levar à dependência, à doenças graves e fatais, que matam lentamente. Dependendo da dose ingerida, pode também matar pessoas saudáveis agudamente. Foi exatamente isso que recentemente aconteceu com um universitário de 23 anos que faleceu após ingerir, em poucas horas, 30 doses de vodca.
Além disso, o álcool pode ocasionar situações de igual gravidade em pessoas, adultos ou crianças, que não beberam uma só gota de álcool. Para isso, basta que um alcoolizado pegue a direção de um carro e saia andando por aí, facilitando um acidente que pode ser fatal para quem cruzar o seu caminho.
Cada bebida tem caracteristicamente um teor alcóolico maior ou menor. Entende-se por teor alcoólico a porcentagem de álcool medida em 100 ml de uma bebida. Assim, a vodca, por exemplo, é das que mais tem álcool: em torno de 45%; uísque e aguardente tem em torno de 43%; a caipirinha, 20%; o vinho, uma média de 9 a 14% e a cerveja e o chope são os que menos teor tem: em geral menor que 5%. Claro que estes valores são médios e podem variar de acordo com a marca do produto.
Mas álcool é álcool. Por isso, independentemente da forma e do nome com que é consumido, no corpo vira etanol. E vai exercer seus efeitos. Em todas as pessoas.
O etanol é metabolizado no fígado, que é o “laboratório” do organismo. Para que se tenha uma ideia, todo o produto de nossa digestão sai do intestino e vai para o fígado que direciona, armazena, ordena e libera os nutrientes quando necessário. Um laboratório em escala industrial, que funciona vinte e quatro horas por dia, ininterruptamente, desde os primórdios da vida no útero materno até o último suspiro. A metabolização do etanol ocupa “espaço” nesta complexa variedade de funções que tem o fígado. Resultado: outras funções são prejudicadas.
Enquanto o fígado trabalha, o etanol em excesso circula e o cérebro é um dos órgãos mais acometidos. O raciocínio embota. As atitudes se tornam extremas. Perde-se a razão. Faz-se coisas das quais não é possível lembrar depois. E várias delas causam constrangimento, vergonha ou, o que é pior, podem ser fatais para a própria pessoa ou para quem está perto dela.
Por isso, o consumo exagerado não é obviamente aconselhável para ninguém. Cada um deve saber qual é quantidade segura de cada bebida que consome. Importante saber que uma pessoa é diferente da outra. Cada organismo é próprio, individual, tem seu DNA único. Cada um deve, portanto, saber de si.
Exames médicos regulares, que mostram se a função hepática está ou não comprometida, são essenciais para todos os que gostam de beber, ainda que socialmente, independentemente da quantidade e da bebida ingerida. Há os que tomam uísque e estão com o fígado em ordem há os que tomam cerveja e necessitam de orientações médicas.
Não há, portanto, uma quantidade “segura”. Cada um é um.
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