Blog do Kennedy
Se insistir nos erros políticos e
econômicas, a presidente Dilma Rousseff deverá ter um segundo mandato
pior do que o primeiro. Também pavimentará a eventual saída do PT do
poder na eleição presidente de 2018.
Apontada pelo Datafolha no final de
semana, a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff já era
esperada. Motivos: medidas como o ajuste fiscal e o reajuste de tarifas
controladas pelo poder público. Com a Operação Lava Jato, pesou também
uma agenda negativa que foge ao controle do governo.
No entanto, erros da presidente
acentuaram a queda. O governo conseguiu piorar o que já seria ruim.
Dilma demorou a anunciar medidas do ajuste fiscal. Na sequência do
anúncio, a equipe se retraiu, e Dilma não explicou aos eleitores por que
tais medidas, que contrariavam o discurso de campanha, seriam
necessárias.
Após a posse, só fez novo discurso na
reunião ministerial, quase um mês depois. É muito tempo de silêncio. Um
presidente tem de liderar, explicar as razões de medidas duras. Isso
passa por uma relação frequente e transparente com a imprensa e por
discursos mais frequentes. O ex-presidente Lula, nas crise de 2008/2009 e
do mensalão, fazia praticamente um discurso por dia e dava mais
entrevistas do que Dilma.
De acordo com a pesquisa Datafolha
divulgada no fim de semana, a popularidade da presidente despencou de
dezembro para cá. O índice de ótimo/bom caiu de 42% para 23%. A taxa de
ruim/péssimo subiu de 24% para 44%. E aumentou o pessimismo em relação à
economia.
A presidente escuta pouco, decide sozinha
e não quer enfrentar a realidade. Errou ao tentar isolar o PMDB e
perdeu a eleição para a presidência da Câmara. Errou ao indicar para a
Petrobras alguém que, na largada, trouxe expectativas negativas e não
positivas para o futuro da empresa.
A ideia de isolar o PMDB é de uma
ingenuidade que um presidente da República não pode ter. Na Petrobras,
perdeu uma oportunidade de começar a recuperar a empresa. Agora,
fragilizada, tem de aprovar medidas impopulares no Congresso. Um
presidente fraco fica mais sujeito a chantagens. Talvez tenha de fazer
mais concessões para aprovar as medidas do ajuste.
Dilma precisa resolver um problema de
cada vez. Fechar um acordo definitivo com o PMDB. Fazer o debate
político em defesa das medidas que considera necessárias. Em algum
momento, corrigir o erro que cometeu na demissão de Graça Foster da
Petrobras. Precisa ampliar sua interlocução política e empresarial.
Ouvir mais, como prometeu que faria depois da eleição e não cumpriu.
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