Blog do Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar
com o saco cheio. Imaginem, então, como está o nosso — nós, que somos as
vítimas de um tipo de política de que ele é o grande chefe. Ontem,
dados os absurdos e descalabros que emanavam dos depoimentos de Paulo
Roberto Costa e Alberto Youssef, o Babalorixá de Banânia não quis falar.
Deixou para vociferar na plenária do PT, a primeira depois da eleição
do dia 5, realizada no Sindicato dos Bancários. E, aí sim, bufou,
vociferou cheio de ódio, vermelho como um pimentão. As sobrancelhas
estavam arqueadas. Havia ódio em seu rosto. Sabem o que recomendou aos
militantes? “Não abaixar a cabeça.” Sim, Lula quer que eles sintam
orgulhosos.
Afirmou sobre a roubalheira na Petrobras:
“Todo ano é a mesma coisa. É sempre o mesmo cenário: eles começam a
levantar as denúncias, que não precisam ser provadas. É só insinuar que a
imprensa já dá destaque. Eu quero dizer para vocês que eu já estou de
saco cheio”. Assim seria se assim fosse: a operação Lava Jato não foi
deflagrada pela imprensa, senhor Lula, mas pela Polícia Federal — por
aquela parte dela que investiga sem perguntar a filiação partidária do
investigado. A imprensa também não atuou como Ministério Público nem
como Justiça. Tampouco propôs o acordo de delação premiada.
Como? “Levantar denúncias”? Desta vez,
Lula, o PT se encalacrou. Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef admitem
terem cometido os crimes. Alguém acha mesmo que eles atuariam sem a
proteção de um esquema político? Lula está bravo porque foi ele próprio
quem nomeou Paulo Roberto. E foi adiante com a retórica elegante de
sempre: “Daqui a pouco, eles estarão investigando como nós nos
portávamos dentro do ventre da nossa mãe”. Deus me livre! Pouco me
interessa como o homem se portava no ventre daquela senhora. Mas as
sem-vergonhices havidas na Petrobras, ah, isso é assunto meu, seu, de
todos nós. O poderoso chefão petista parece não se conformar com isso.
Entendo. Ele se acostumou com a ideia de que é dono do Brasil.
Referindo-se ao PSDB, afirmou: “Nós não
podemos admitir que um partido bicudo venha nos chamar de corruptos”.
Epa! Não é um partido bicudo, Lula! Os parceiros do petismo é que
decidiram confessar.
O ex-presidente, gostemos ou não, é um
líder político. Essa sua fala é desastrosa para a moralidade pública.
Ela serve de sinal verde para a lambança. Sua cara de pau não tem
limites. Continua a negar que o mensalão tenha existido, apesar das
provas e das confissões de Marcos Valério. Parece que decidiu, agora,
fazer o mesmo no caso da Petrobras. Estranha essa reação. Estaria Lula
aplicando uma espécie de vacina contra o que virá, numa reação
preventiva?
Ah, sim: na plenária, ele disse não
entender o resultado pífio do PT em São Paulo. Falou isso ladeado por
Alexandre Padilha, Fernando Haddad e Eduardo Suplicy, entre outros… E
ele ainda não entendeu? Lula já foi mais inteligente.
Esse Lula é mesmo cínico e acha que pode enganar mais uma vez a população brasileira.
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