Campos,
ao lado de Marina Silva, participou de lançamento do comitê central da
campanha, em São Paulo (Foto: Amanda Previdelli/G1)
Uma das metas do PNE prevê que o Estado implante a educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas nos próximos 10 anos, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. O plano nacional foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em junho deste ano.
"Temos que ter a coragem, a determinação, de antecipar a agenda do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação para fazer a escola integral em quatro anos. Eu fiz no estado pobre do Nordeste brasileiro e vou fazer no Brasil a escola integral ser um direito dos estudantes brasileiros”, disse o candidato do PSB, referindo-se ao período em que governou o estado de Pernambuco.
Ao final do evento, Campos foi questionado por jornalistas sobre se ele pretende assegurar a universalização do ensino integral nas escolas públicas, caso venha a ser eleito em outubro. Ele, então, confirmou que sua proposta é de garantir a educação em tempo integral para todos os alunos do país.
Terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, o ex-governador de Pernambuco reuniu no evento de inauguração de seu comitê central de campanha alguns dos principais nomes de seu partido e também aliados de outras legendas, como o presidente do PPS, deputado Roberto Freire.
A candidata a vice na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva, também estava presente. Ao final do evento, ela disse que a campanha deve aprofundar "a aliança com a sociedade brasileira". Para Marina, a descrença da população com a política exige que políticos trabalhem junto com a sociedade. Ela citou ações nas redes sociais como forma de mobilizar eleitores.
Em meio ao discurso, Eduardo Campos disse que falta ao governo atual "decisão política e capacidade de dialogar" para garantir o repasse de 10% da receita corrente bruta da União para o setor de saúde. A proposta é defendida pelo Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública, também conhecido como “Saúde + 10”, que tenta coletar assinaturas suficiente para protocolar um projeto de lei de iniciativa popular.
“Falta decisão política, capacidade de dialogar. De mostrar onde estão os recursos. É preciso dizer que os R$ 38,7 bilhões a mais que representam o ‘Saúde + 10’ no orçamento da saúde pública, os estados e municípios foram buscar. Digo isso porque governei sete anos e três meses um estado que tinha 9% da sua receita em saúde [...] O estado teve em um ano até 17% da receita em investimento na saúde. E, na média, 15%”, declarou o candidato do PSB.
Campos criticou o fato de, segundo ele, o governo federal dar subsídios, por exemplo, para o setor elétrico e não investir o suficiente em saúde e educação. Para ele, quando foi necessário dinheiro para o sistema financeiro ou o setor elétrico “apareceram bilhões”.
"Vamos priorizar a educação e vamos priorizar o saúde + 10, sim. Quando se falam em coisas que tocam o dia a dia do povo, não tem dinheiro. Lá no passado, precisou sanear o sistema financeiros, apareceram bilhões. [...] Agora, falou em botar R$ 39 bilhões na saúde pública e R$ 12 bilhões para passe livre, aí não pode", enfatizou.
Inflação
Campos disse ainda que pretende controlar a inflação por meio de “sintonia entre política monetária e política fiscal”. Ele disse que, se eleito, terá compromisso com a independência do Banco Central e com o centro da meta da inflação em 4,5%.
"O primeiro anúncio que nós fizemos foi exatamente o compromisso com a meta da inflação de 4,5% e nós colocamos que para isso iríamos fazer a sintonia entre a política monetária e a política fiscal.
Seria a independência do Banco Central de um lado e o acompanhamento da questão fiscal brasileira para que tivesse transparência e clareza com os gastos. Essa política vai nos levar em quatro anos a um pais com inflação controlada e uma taxa de juros real que não pode ser a maior do mundo", concluiu.
Dunga
Ao longo da solenidade de inauguração do comitê, aliados de Eduardo Campos e Marina Silva destacaram a importância do "novo" no cenário político nacional. , que seria a chapa nem PT e nem PSDB, mas PSB-Rede dos candidatos.
Líder do PHS na Câmara de São Paulo, o vereador Laércio Benko comparou o eventual retorno do PSDB à Presidência da República à provável volta de Dunga ao comando da Seleção brasileira.
"Não podemos encontrar a solução no passado como fez a CBF [Confederação Brasileira de Futebol].
Vocês viram? Não podemos cometer o mesmo erro político que acaba de cometer a CBF escolhendo o Dunga para técnico. Não vamos olhar para o passado", declarou Benko. "Eduardo e Marina são o futuro", completou.
Amanda Previdelli do G1 SP
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