UOL
– Reportagem exibida no SBT Brasil na noite desta quarta-feira (26)
mostrou que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tem um
plano ousado de resgate do traficante Marcola e mais três comparsas,
presos na penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São
Paulo.
Dois helicópteros blindados e um avião seriam usados na ação. Resgatados, eles seriam levados para o Paraguai.
O
plano consta em um relatório secreto da inteligência da polícia e do
Ministério Público de São Paulo. Policiais e promotores acompanharam por
quase um ano todo o planejamento da facção e não faltam provas de que o
crime organizado tem coragem e dinheiro para a fuga.
Escutas
revelaram que três integrantes da facção fizeram um curso de pilotagem
em 2013 no Aeroporto do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo.
Um
dos professores dos criminosos era, segundo o relatório, Alexandre José
de Oliveira Junior, copiloto do helicóptero do deputado federal Gustavo
Perrella (SDD-MG), preso por transportar mais de 400 kg de cocaína em
novembro do ano passado.
Plano
Um
avião Cessna 510, um helicóptero Bell e um Esquilo blindado e com as
cores da Polícia Militar armado com uma metralhadora calibre .30. Esses
são alguns dos equipamentos que o Primeiro Comando da Capital (PCC) está
reunindo para o mais audacioso plano de fuga montado pela facção: o
resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros três
líderes, obtido pelo Estado e revelado nesta quarta-feira, 26, no estadao.com.br. Para a polícia, a tentativa de resgate pode ocorrer a qualquer momento.
As
informações estão em um relatório sigiloso preparado pela inteligência
das Polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público Estadual (MPE) em
mãos da Justiça paulista. Para que o plano dê certo, três integrantes
da facção tiveram aulas de voo em 2013 no Campo de Marte, na zona norte
da capital. O professor dos bandidos foi, segundo o relatório, Alexandre
José de Oliveira Junior, copiloto do helicóptero do deputado federal
Gustavo Perrella (SDD-MG).
Oliveira
Junior foi preso em 25 de novembro do ano passado no Espírito Santo pela
Polícia Federal quando descarregava 450 quilos de cocaína de um
helicóptero – a aeronave pertencia ao deputado. A facção começou seu
plano em janeiro do ano passado. Os bandidos montaram uma base em Porto
Rico, no Paraná. De lá, iriam de carro até o Aeroporto de Loanda, também
no Paraná, que seria o ponto central do plano.
Aeronaves
compradas em São Paulo ou sequestradas pousariam em Loanda, na região
de Maringá, onde carregariam a tropa de assalto do PCC. Seriam dois
helicópteros – o Esquilo é o modelo usado pela PM. A intenção dos
bandidos era camuflá-lo para que policiais que guardam a muralha da
Penitenciária-2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, o
confundissem com uma helicóptero Águia.
A
outra aeronave carregaria a metralhadora e daria proteção ao Esquilo.
Durante a aproximação, Marcola, Claudio Barbará da Silva, Célio Marcelo
da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela
Vista, sairiam de suas celas em direção ao pátio interno. As grades
delas já estão serradas e camufladas. Os quatro bandidos subiriam em um
cesto blindado, preso ao helicóptero. (Estadão)
Os
presos fugiriam para o Paraguai, onde, segundo a polícia, está o
suposto gerente de Marcola, o Funinho, que seria o responsável por
conseguir o avião que seria usado na parte final do resgate. O suspeito
fez uma viagem de teste do Paraguai até o aeroporto de Loanda (PR) há
menos de 20 dias.
Segundo a polícia,
quatro integrantes da facção foram destacados para o planejamento na
rua. Um deles fez um estudo sobre como roubar dois helicópteros para a
missão.
O plano começou a ser montado
pela facção criminosa em janeiro do ano passado, em uma base montada na
cidade de Porto Rico, no Paraná.
A
segurança no presídio foi reforçada e policiais de grupos de elite fazem
rondas permanentes em torno do local. As investigações já apontaram que
o plano do PCC está pronto para ser executado a qualquer momento.
A ORIGEM DO PCC
A facção criminosa PCC foi criada em agosto de 1993, num presídio de Taubaté (a 140 km de São Paulo).
Ela
surgiu após o massacre do Carandiru, ação policial que deixou 111
presos mortos na invasão do pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção.
O grupo fundador do PCC reivindicava o fim da linha dura e dos maus-tratos contra os presos.
Marcola assumiu a chefia da facção no final de 2002. Ele está preso por roubo a bancos.
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