quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Nota final do Enem não depende só de quantas questões acertou; entenda

Do G1, em São Paulo


Com a divulgação do gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) feita na manhã desta quarta-feira (12) é possível que o candidato tente calcular a nota a partir de seus acertos. Por conta da Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia usada no exame, isso não deve ser feito.
A TRI permite que candidatos com números semelhantes de acertos tenham recebido pontuação diferente. Ou ainda estudantes com menos acertos do que o outro, tenham nota maior.
O desempenho só pode ser medido com a divulgação das notas individuais que deve ser feita em janeiro de 2015, segundo o Ministério da Educação.
Também em janeiro será aberto o período de inscrição para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) onde os candidatos disputam vagas em instituições públicas. Cada universidade, no entanto, pode definir o peso que quer dar para as provas objetivas do Enem (ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens e códigos), influenciando na seleção.

VEJA OS GABARITOS OFICIAIS DO ENEM
PROVAS DE SÁBADO (8/11)
- PROVA AMARELA (sábado)
- PROVA ROSA (sábado)
- PROVA AZUL (sábado)
- PROVA BRANCA (sábado)

PROVAS DE DOMINGO (9/11)
- PROVA AMARELA (domingo)
- PROVA ROSA (domingo)
- PROVA AZUL (domingo)
- PROVA CINZA (domingo)
Teoria de Resposta ao Ítem aponta quando aluno acerta questão por acaso (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Teoria de Resposta ao Ítem aponta quando aluno
acerta questão por acaso (Foto: Reprodução/
TV Globo)
Acertos iguais, notas diferentes

O motivo desse fato, segundo especialistas, é que, ao observar diversos aspectos do desempenho dos candidatos, além de apenas o número de acertos, a TRI também consegue prever se um estudante acertou uma questão por acaso, ou seja, se ele "chutou", ao comparar essa resposta com as que ele deu para outras questões.

Por isso, dois estudantes que acertem a mesma questão podem não receber a mesma pontuação por ela –se a questão é considerada difícil, e só um dos alunos acertou outras questões com o mesmo nível de dificuldade, esse aluno receberá mais pontos pelo acerto da questão específica.
A TRI no Enem 2013
Veja qual foi a nota mínima e a nota máxima possíveis nas 4 provas objetivas do exame do ano passado
provas do Enem 2013notas mínimas e máximas299,5888,7311,5901,3261,3813,3322,4971,5ciênciashumanas (mín)ciênciashumanas (máx)ciências danatureza (mín)ciências danatureza (máx)linguagens(mín)linguagens(máx)matemática(mín)matemática(máx)050010001500
Fonte: MEC/Inep
Nota 1.000 é impossível

No Enem, cada estudante tem cinco notas: uma para cada prova objetiva e uma para a prova da redação. As provas objetivas são as de ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens e códigos.

Uma das principais dúvidas sobre a TRI é o fato de que é impossível o aluno tirar nota 1.000 na prova de múltipla escolha (na redação, isso é possível). Por meio dessa metodologia, mesmo que o aluno acerte todas as 45 questões de cada prova, sua nota nunca será 1.000. Da mesma forma, um candidato que erre todas as questões não acaba com a nota zero (ou, no caso do Enem, a pontuação mínima, que é 200 pontos).

Isso acontece porque o exame dá pontos aos candidatos de acordo com uma escala. Ou seja, a nota do candidato não se trata diretamente do seu desempenho individual, mas de como ele se saiu dentro do conjunto dos demais candidatos. Por exemplo, quanto mais próximo da nota máxima, mais certeza é possível ter de que o estudante domina os conhecimentos exigidos na prova.

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