Esta frase foi dita por José Sarney, mas em 1965, em seu discurso de despedida da Câmara Federal para passar a ser governador do Maranhão no ano seguinte.
“Os caminhos da violência no Maranhão, nestes últimos anos, foram de inacreditável ferocidade e não haverá nenhuma demasia verbal ao dizermos que aquele estado era um campo de concentração da democracia brasileira”. Essa frase marcou o discurso de José Sarney, ao falar da violência no campo e nas cidades do Maranhão às vésperas de se tornar governador.
O que diria, então, o hoje senador José Sarney sobre o assunto, 48 anos depois? Foi quase meio século de poderio da família Sarney e o que se vê em pleno janeiro de 2014 é um quadro de insegurança e desordem no Maranhão. É o que se vê ao saber que, somente nos últimos dois governos de Roseana Sarney, a violência cresceu 62% no Maranhão.
Hoje, sobre essa onda de violência que mata centenas de pessoas em todo o estado e a sensação de insegurança nas ruas das cidades maranhenses, Sarney faz de conta que o problema não é tão grave. Mas ele é, sim.
Essa frase se une ao curta-metragem “Maranhão 66”, em que Glauber Rocha contrasta um discurso de Sarney em que fala do atraso do Maranhão e a vontade de progresso, com cenas de pessoas em situação de calamidade, sem o mínimo para sobreviver. Passadas quase 5 décadas, a realidade da maior parte dos maranhenses continua a mesma.
Nesse mesmo discurso, Sarney, sem querer, faz uma previsão do que ele seria 50 anos depois. Ao falar a seus colegas deputados em tom de despedida, Sarney diz o que de fato ele representa para o país: “Na realidade desejo apresentar-me à Câmara como o Governador e representante do Brasil da pobreza e do atraso.”
Os trechos citados podem ser encontrados no Diário do Congresso Nacional, no dia 10 de dezembro de 1965.
Do Blog do John Cutrim
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