sábado, 19 de julho de 2014

Cervejeiro apaixonado, colecionador cria pub em casa com 34 mil itens


O empresário Carlos Quintella mostra itens de sua coleção de artigos de cerveja em Bebedouro, SP (Foto: Michel Montefeltro/G1)Carlos Quintella mostra itens de sua coleção de artigos de cerveja (Foto: Michel Montefeltro/G1)
Ao som de clássicos do rock, como Pink Floyd, Deep Purple e Black Sabbath, o empresário Carlos Quintella, de 58 anos, recebe amigos e familiares. O encontro, no entanto, não é na sala de visitas de sua casa, em Bebedouro (SP), mas, sim, no pub particular que ele mantém no local. Há três décadas colecionando cervejas, Quintella conseguiu reunir 34 mil itens ligados à bebida, e que fazem de sua coleção uma das mais importantes do país. “Todo mundo adora esse meu cantinho”, diz o cervejeiro.
Em três décadas, o colecionador conseguiu reunir cerca de mil itens a cada ano. Segundo o empresário, para que a coleção fosse ganhando forma, alguns dos produtos foram comprados por ele em viagens, e outros ele ganhou de amigos e admiradores. “Chegou ao ponto de eu ter 70 mil artigos de cerveja.”
O interesse por cervejas surgiu quando Quintella trabalhava como auditor em uma empresa de alimentos. “Eu estava em um navio da companhia e ganhei uma lata de cerveja de fora do Brasil. Era bonita, gostei de ganhá-la. Depois disso, o governo liberou a importação e não parei mais”, relembra.
Quintella exibe exemplar de manual de venda da Antartica, que data de 1970 (Foto: Michel Montefeltro/G1)Quintella exibe manual de venda da Antartica,
que data de 1970 (Foto: Michel Montefeltro/G1)
A coletânea tem de tudo, desde cervejas, copos, canecas, latinhas, bolachas de chope, abridores, até catálogos, peças de decoração relacionadas ao tema, quadros, relógios e barris de madeira.
Mas quando a coleção começou a crescer demais apareceram os problemas. Entre eles, onde armazenar tantos itens em casa. Pensando em uma solução, Quintella teve a ideia de restringir a coletânea apenas a produtos brasileiros. “Não tinha mais onde guardar, estava tudo ficando em caixas. Mas além da parte nacional, eu também tinha uma grande quantidade de coisas de fora do Brasil, verdadeiras relíquias. Meu filho trabalhava em uma empresa e eu pedi a um amigo dele para fazer um site para eu tentar vender os artigos para outros colecionadores”, conta.
A paixão de colecionador chegou à produção de cerveja (Foto: Michel Montefeltro/G1)A paixão de colecionador chegou à produção de cerveja (Foto: Michel Montefeltro/G1)
Em dezembro de 2005, o hobby acabou virando negócio. O site entrou no ar e começou a vender produtos ligados à bebida. Hoje, a página conta com oito mil itens divididos em dez categorias, e soma 2,2 mil pessoas cadastradas. “No começo ficamos com receio. O amigo do meu filho me perguntou se eu achava que daria certo e eu respondi para tentarmos, se não desse, eu tentaria outra coisa. Vamos bater 5 mil vendas desde que abrimos a loja virtual”, conta Quintella.
Pela web, o empresário também comercializa a cerveja que ele mesmo fabrica em Ribeirão Preto(SP). A paixão rendeu frutos e, hoje, são mais de 1,4 mil garrafas produzidas por mês.
Apesar de ter criado o site para comercializar os produtos internacionais, que não fariam mais parte da coleção, ainda havia os nacionais. Por isso, em 2008, Quintella teve a ideia de criar o pub em casa. No local, ele expôs os artigos e passou a receber amigos e amantes da cerveja. “Todo mundo adora esse meu cantinho”, diz o cervejeiro.
Casado há 37 anos e pai de três filhos, ele conta que um dos que mais aproveita o espaço mais que especial é o neto guitarrista de 15 anos. “Ele vem sempre aqui, ficamos ouvindo rock e eu conto umas das histórias da coleção.”
34 mil itens estão expostos no pub particular de Carlos Quintella, em Bebedouro, SP (Foto: Michel Montefeltro/G1)34 mil itens estão expostos no pub particular em Bebedouro, SP (Foto: Michel Montefeltro/G1)
Entre os destaques do pub, segundo o empresário, estão livros de rótulos de garrafas de diversas cervejarias, e as próprias garrafas – ainda fechadas – de edições especiais de algumas das bebidas. No entanto, Quintella mostra o xodó da coleção: um livro de 1970, usado como manual de vendas da Antarctica. “Ganhei de presente do antigo mestre cervejeiro da fábrica e descobridor da fórmula do chope mais famoso de Ribeirão Preto (SP), o senhor Carlos Hauser. Está quase desmanchando, mas é raridade, é relíquia, tem que ter cuidado”, diz.
Como todo colecionador apaixonado, Quintella não consegue se ver sem todo o aparato que levou três décadas para ser reunido. Por isso, ele está tentando implantar em Bebedouro o Museu Nacional da Cerveja.
Segundo ele, o objetivo é contar a história da bebida, com lugares separados para cada cervejaria. “A ideia ainda está em desenvolvimento, mas só me separo da coleção se for para o museu.”
Quintella mostra o xodó da coleção: um livro de 1970, usado como manual de vendas da Antarctica (Foto: Michel Montefeltro/G1)Quintella mostra o xodó da coleção: um livro de 1970, usado como manual de vendas da Antarctica (Foto: Michel Montefeltro/G1)

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